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quinta-feira, 31 de março de 2011

A Líbia

A Líbia (em árabe ليبيا, transl. Lībiyā, no árabe líbio Lībya; berbere ⵍⵉⴱⵢⴰ) é um país do norte de África, limitado a norte pelo Mar Mediterrâneo, a leste pelo Egito e pelo Sudão, a sul pelo Chade e pelo Níger e a oeste pela Argélia e pela Tunísia. Sua capital é Trípoli. É o país com o maior IDH da África (0,755) e um dos poucos do continente que apresentam IDH alto.[3]
A partir de 2011 a Líbia passou a não ter governo definitivo, visto que até então o único governo que o país tinha reconhecido como legítimo era a Grande República Socialista Popular Árabe da Líbia, mas em 2011 a França reconheceu a República Líbia como o governo oficial, resultando então numa disputa entre os dois governos.[4]

História

Antigo assentamento de povos tão díspares quanto os fenícios, os romanos e os turcos, a Líbia recebeu seu nome dos colonos gregos, no século II antes da era cristã.
Durante grande parte de sua história, a Líbia foi povoada por árabes e nômades berberes, e somente na costa e nos oásis estabeleceram-se colônias. Fenícios e gregos chegaram ao país no século VII a.C. e estabeleceram colônias e cidades. Os fenícios fixaram-se na Tripolitânia e os gregos na Cirenaica. Os cartagineses, herdeiros das colônias fenícias, fundaram na Tripolitânia uma província, e no século I a.C. o Império Romano se impôs em toda a região, deixando monumentos admiráveis (Leptis Magna).
A Líbia permaneceu como província romana até ser conquistada pelos vândalos em 455 d.C. Após ser reconquistada pelo Império bizantino, continuador do romano, a região passou a ser dominada pelos brasiil em 643. Os árabes estenderam a área cultivada em direção ao interior do deserto do saara.
Durante pouco mais de três séculos, os berberes almôadas mantiveram o domínio sobre a região tripolitana, enquanto a Cirenaica esteve sob o controle egípcio.
Em 1551, Solimão I, o Magnífico, incorporou a região ao Império Otomano[5], estabelecendo o poder central em Trípoli. A autoridade turca, entretanto, mal passava da região para além da costa.
Dois séculos mais tarde, o reinado da dinastia Karamanli, que dominou Trípoli durante 120 anos, contribuiu para assentar mais solidamente as regiões de Fezã, Cirenaica e Tripolitânia, e conquistou maior autonomia, sendo apenas nominalmente pertencente ao Império Otomano, a região servia de base para corsários, o que motivou intervenção norte-americana, a primeira Guerra Berbere ocorreu entre 1801 e 1805.
Em 1835, o Império Otomano restabeleceu o controle sobre a Líbia, embora a confraria muçulmana dos sanusis tenha conseguido, em meados do século, dominar os territórios da Cirenaica e de Fezã (interior do país).
Zepelins italianos bombardeando posições turcas em território líbio durante a Guerra ítalo-turca (1911-1912).
O coronel Muammar Khadafi, presidente do país.
Em 1911, sob o pretexto de defender seus colonos estabelecidos na Tripolitânia, a Itália declarou guerra ao Império Otomano e invadiu o país. Fato que iniciou a Guerra Ítalo-Turca. A seita puritana islâmica dos sanusis liderou a resistência, dificultando a penetração do Exército italiano no interior. A Turquia renunciou a seus direitos sobre a Líbia em favor da Itália no Tratado de Lausanne ou Tratado de Ouchy (1912). Em 1914 todo o país estava ocupado pelos italianos que, no entanto, como os turcos antes deles, nunca conseguiram afirmar sua autoridade plena sobre as tribos sanusi do interior do deserto.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os líbios recuperaram o controle de quase todo o território, à exceção de alguns portos. Terminada a guerra, os italianos empreenderam a reconquista do país. Em 1939 a Líbia foi incorporada ao reino da Itália. A colonização não alterou a estrutura econômica do país, mas contribuiu para melhorar a infra-estrutura, como a rede de estradas e o fornecimento de água às cidades.
الجماهيرية العربية الليبية الشعبية الإشتراكية العظمى
Al-Jamāhīriyyah al-ʿArabiyyah al-Lībiyyah aš-Šaʿbiyyah al-Ištirākiyyah al-ʿUẓmā

Grande Jamairia Socialista Árabe do Povo Líbio
Bandeira de Líbia
Brasão de Líbia
Bandeira Brasão
Hino nacional: Allahu Akbar
God is great

Localização de Líbia
Governo Jamairia
 - Líder e Guia da Revolução Muammar Gaddafi
 - Secretário-Geral do Congresso Geral do Povo Mohamed Abdul Quasim al-Zwai
 - Secretário-Geral do Comitê Geral do Povo Baghdadi Mahmudi
Durante a Segunda Guerra Mundial, o território líbio foi cenário de combates decisivos. Entre 1940 e 1943 houve a campanha da Líbia entre o Afrikakorps do general alemão Rommel e as tropas inglesas. Findas as hostilidades, o Reino Unido encarregou-se do governo da Cirenaica e da Tripolitânia, e a França passou a administrar Fezã. Essa nações mantiveram a Líbia sob forte governo militar até que a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a independência do país no primeiro dia de 1952, data a partir da qual foi adotado o nome Reino Unido da Líbia. O líder religioso dos sanusis, o emir Sayyid Idris al-Sanusi, foi coroado rei com o nome de Idris I (1951-1969).
Depois de sua admissão na Liga Árabe, em 1953, a Líbia firmou acordos para a implantação de bases estrangeiras em seu território. Em 1954, houve a concessão de bases militares e aéreas aos norte-americanos. A influência econômica dos Estados Unidos e do Reino Unido, autorizados a manter tropas no país, tornou-se cada vez mais poderosa. A descoberta de jazidas de petróleo em 1959 constituiu no entanto fator decisivo para que o governo líbio exigisse a retirada das forças estrangeiras, o que provocou graves conflitos políticos com aquelas duas potências e com o Egito. Em 1961 tem início a exploração do petróleo.
A nova história da Líbia começou em 1969, quando um grupo de oficiais radicais islâmicos derrubou a monarquia e criou a Jamairia (República) Árabe Popular e Socialista da Líbia, muçulmana militarizada e de organização socialista. O Conselho da Revolução (órgão governamental do novo regime) era presidido pelo coronel Muammar al-Khadafi. O regime de Muammar Khadafi, chefe de Estado a partir de 1970, expulsou os efetivos militares estrangeiros e decretou a nacionalização das empresas, dos bancos e dos recursos petrolíferos do país.
Em 1972, a Líbia e o Egito uniram-se numa Confederação de Repúblicas Árabes, que se dissolveu em 1979. Em 1984, a Líbia e o Marrocos tentaram uma união formal, extinta em 1986.
Khadafi procurou desencadear uma revolução cultural, social e econômica que provocou graves tensões políticas com os Estados Unidos, Reino Unido e países árabes moderados (Egito, Sudão). Apoiado pelo partido único, a União Socialista Árabe, aproveitou-se da riqueza gerada pela exploração das grandes reservas de petróleo do país para construir seu poderio militar e interferir nos assuntos dos países vizinhos, como o Sudão e o Chade (Tchad). O Chade foi invadido pela Líbia em 1980.
Depois da Guerra do Yom Kippur, a Líbia levou seus parceiros árabes a não exportar petróleo para os Estados que apoiaram Israel. Opôs-se à iniciativa do presidente egípcio Anwar al-Sadat, de restabelecer a paz com Israel, e participou ativamente, junto com a Síria, da chamada "frente de resistência" em 1978. Seu apoio à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) se intensificou, e a cooperação com os palestinos se estendeu a outros grupos revolucionários de países não árabes, que receberam ajuda econômica líbia.
A rejeição a Israel, as manifestações anti-americanas e a aproximação com a União Soviética, por parte da Líbia, geraram sérios conflitos na década de 1980. As relações da Líbia com os Estados Unidos se deterioraram quando, em 1982, os Estados Unidos impuseram um embargo às importações de petróleo líbio. Em resposta a vários atentados contra soldados americanos na Europa e às acusações de que o governo líbio patrocinava ou estimulava o terrorismo internacional, o presidente Ronald Reagan ordenou, em abril de 1986, um bombardeio da aviação americana a vários alvos militares em Trípoli e Bengazi, em que pereceram 130 pessoas. Kadhafi, que perdeu uma filha adotiva quando sua casa foi atingida, manteve-se como chefe político, mas sua imagem internacional deteriorou-se rapidamente.
Para tirar o país do isolamento diplomático, no início da década de 1990 o chefe líbio dispôs-se a melhorar o relacionamento com as potências ocidentais e com as nações vizinhas. Em 1989, a Líbia associou-se à União de Magreb, um acordo comercial dos Estados do norte da África. Em 1991, durante a Guerra do Golfo Pérsico, a Líbia adotou uma posição moderada, opondo-se tanto à invasão do Kuwait quanto ao posterior uso da força contra o Iraque. Apesar de sua neutralidade no conflito, a Líbia se manteve sob crescente isolamento internacional até meados da década. Em 1992 os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, com a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, impuseram pesados embargos ao comércio e ao tráfego aéreo líbio, porque o governo se negava a extraditar os dois líbios suspeitos de terem colocado uma bomba num avião de passageiros norte-americano que explodiu sobre Lockerbie, na Escócia, em 1988, e matou 270 pessoas (Atentado de Lockerbie). Este tipo de sanção repetiu-se nos anos seguintes, mas Khadafi desrespeitou o bloqueio aéreo militar viajando para Nigéria e Níger, bem como enviando peregrinos a Meca em aviões de bandeira líbia.
Em 1993 a Líbia rompeu relações com o Irão, reagindo contra o crescimento do fundamentalismo islâmico. Em 1994, os líbios retiram-se do Chade. As relações de Khadafi com os palestinos se deterioraram, à medida que estes se mostraram dispostos a negociar uma paz com Israel, e em setembro de 1995 o dirigente líbio anunciou a expulsão de 30 mil palestinos que trabalhavam na Líbia. A medida foi suspensa depois da deportação de 1500 pessoas, e em outubro de 1996 Khadafi anunciou que estas seriam indenizadas. O regime líbio tem enfrentado uma crescente resistência de parte de grupos religiosos islâmicos, e em 1997 seis oficiais do exército foram fuzilados, acusados de espionagem. Tentando melhorar sua imagem internacional, Khadafi admitiu a possibilidade de conceder a extradição dos dois agentes acusados do atentado de Lockerbie, desde que não sejam julgados nos Estados Unidos da América ou no Reino Unido.
الجمهورية الليبية
al-Jumhūriyya al-Lībiyya

República Líbia
Bandeira de Líbia
Brasão de Líbia
Bandeira Brasão
Lema: Liberdade, Justiça, Democracia

Localização de Líbia
Governo Governo provisório
 - Presidente do Conselho Nacional de Transição Mustafa Abdul Jalil
 - Chefe da Equipe Executiva Mahmoud Jebril

[editar] Revolução contra o atual regime ditatorial

Em fevereiro de 2011, manifestações contra o governo de Muammar al-Gaddafi provocaram a morte de dezenas de civis. A comunicação por telefone é difícil e o país cortou por completo o acesso dos computadores à internet. A embaixada de diversos países, incluindo Brasil e Portugal tem tomado medidas para retirar cidadãos de seus respectivos países de solo Líbio. A imprensa internacional não foi autorizada a entrar no país e o aeroporto de Tripoli teve suas pistas bombardeadas, dificultando aterrisagens e decolagens, tornando muito crítica a situação do país. Relatos provenientes de testemunhas que falaram por telefone à estação de televisão britânica BBC, contam que atiradores abrem fogo indiscriminadamente sobre pessoas que não representam nenhuma ameaça. 'Elher ser morta apenas por ter ido à varanda de sua casa. Ela não estava fazendo nada, não estava protestando. Apenas olhou pela sua varanda. E minha esposa ouviu o barulho de aviões bombardeando as pessoas"[6]

[editar] Geografia

Centro de Trípoli, a capital do país.
A Líbia situa-se no Norte de África, banhada pelo mar da Líbia, uma parte (reentrância) do mar Mediterrâneo e ladeado pelo Egito a leste e pela Tunísia e Argélia a oeste. Ao sul limita-se com o Níger e Chade e, a sudeste, um pequeno trecho com o Sudão. Divide-se em três regiões geográficas: a Cirenaica, a Tripolitânia e o Fezzan. Ao longo da costa, o clima é mediterrânico, mas o interior é o deserto muito seco do Saara, de onde por vezes sopra um siroco quente, seco e carregado de poeira (conhecido no país como ghibli). No deserto também são comuns tempestades de poeira de areia. Os recursos naturais principais do país são o petróleo, gás natural e gesso.

[editar] Demografia

Total: 6 milhões (2008), sendo árabes líbios 97%, berberes, africanos e turcos 3% (1996). Densidade: 3,15 hab./km2. População urbana: 78% (2008). População rural: 22% (2008). Crescimento demográfico: 2% ao ano (2008). Fecundidade: 3,5 filhos por mulher (2008). Expectativa de vida M/F: 72/76 anos (2008). Mortalidade infantil: 18 por mil nascimentos (2008). Analfabetismo: 15,8% (2007). IDH (0-1): 0,847 (2007).

[editar] Subdivisões

A Líbia se subdivide em 32 municipalidades (em árabe Sha'biyah, plural Sha'biyat).
As 32 municipalidades são: Libya New Municipalities.png
1 Ajdabiya 17 Ghat
2 Al Butnan 18 Gadamés
3 Al Hizam al Akhdar 19 Gharyan
4 Al Jabal al Akhdar (Al Bayda) 20 Murzuq
5 Al Jifarah 21 Mizdah
6 Al Jufrah 22 Misratah
7 Al Kufrah 23 Nalut
8 Al Marj 24 Tajura Wa Al Nawahi AlArba'
9 Al Murgub 25 Tarhuna Wa Msalata
10 An Nuqat al Khams 26 Tarabulus (Tripoli)
11 Al Qubbah 27 Sabha
12 Al Wahat 28 Surt
13 Az Zawiyah 29 Sabratha Wa Surman
14 Banghazi 30 Wadi Al Hayaa
15 Bani Walid 31 Wadi Al Shatii
16 Darnah 32 Yafran

[editar] Economia

A economia da Líbia depende basicamente do sector petrolífero, preenchendo cerca de 30% do Produto Interno Bruto, além de ser responsável por 95% das exportações[7]. Os rendimentos proporcionados pelo petróleo, e o facto de a população ser reduzida, faz com que este país tenha um dos maiores rendimentos per capita da África. Contudo, há uma deficiente distribuição desses rendimentos, vivendo as classes mais baixas que chegam a apresentar dificuldades na obtenção de alimentos, devido, também, a restrições nas importações.

[editar] Cultura

Cuscous, uma tradicional refeição líbia popular.

[editar] Gastronomia

A cozinha Líbia é uma mistura de árabe e Mediterrâneo, com uma forte influência italiana. O legado da Itália de quando a Líbia era uma colônia italiana pode ser visto na popularidade das massas nos seus cardápios, particularmente macarrão.

[editar] Esporte

Embora sempre tenha existido grande paixão do povo local pelas tradições árabes, naturalmente, tem crescido no país um movimento de inclusão e difusão de diversos esportes pela população nativa. Exemplos são a Liga da Líbia, de basquete, que embora com pouca projeção vem crescendo, e a Supertaça Líbia de Futebol, principal fonte de atletas para a seleção de futebol

 

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