Faz fronteira com os seguintes países (de noroeste para sudeste): Noruega, Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia (ambas através de Kaliningrado), Bielorrússia, Ucrânia, Geórgia, Azerbaijão, Cazaquistão, China, Mongólia e Coreia do Norte. Faz também fronteiras marítimas com o Japão (pelo Mar de Okhotsk) e com os Estados Unidos (pelo Estreito de Bering). Com 17.075.400 quilómetros quadrados, a Rússia é o país com maior área do planeta, cobrindo mais de um nono da área terrestre. A Rússia também é o nono país mais populoso, com 142 milhões de habitantes.[9]
A história do país começou com os Eslavos do Leste, que surgiram como um grupo reconhecido na Europa entre os séculos III e VIII.[8] Fundada e dirigida por uma classe nobre de guerreiros Vikings e pelos seus descendentes, o primeiro Estado Eslavo do Leste, o Principado de Kiev, surgiu no século IX e adotou o Cristianismo Ortodoxo do Império Bizantino em 988,[10] dando início a síntese das culturas Bizantina e Eslava que definiram a cultura Russa.[10] O Principado de Kiev finalmente se desintegrou e suas terras foram divididas em muitos pequenos Estados feudais. O estado sucessor do Principado de Kiev foi Moscóvia, que serviu como a principal força no processo de reunificação da Rússia e na luta de independência contra a Horda de Ouro. Moscóvia gradualmente reunificou os principados russos e passou a dominar o legado cultural e político do Principado de Kiev. Por volta do século XVIII, o país teve grande expansão através da conquista, anexação e exploração de territórios, tornando-se o Império Russo, que foi o terceiro maior império da história e se estendia da Polônia, na Europa, até o Alasca, na América do Norte.
Estabeleceu poder e influência em todo o mundo desde os tempos do Império Russo até ser o maior e principal estado constituinte da União Soviética, o primeiro e maior Estado socialista constitucional e reconhecido como uma superpotência,[11] que desempenhou um papel decisivo[12][13][14] na vitória aliada na Segunda Guerra Mundial. A Federação Russa foi criada na sequência da dissolução da União Soviética em 1991, mas é reconhecida como um Estado sucessor da URSS.[15] A Rússia é a oitava ou nona maior economia do mundo por PIB nominal e a sexta maior economia do mundo em paridade do poder de compra, com o quinto maior orçamento militar nominal e o terceiro maior em PPC. É um dos cinco Estados reconhecidos com armas nucleares do mundo, além de possuir o maior arsenal de armas de destruição em massa do planeta .[16] A Rússia é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, membro do G8, G20, APEC, OCX, EurAsEC, além de ser um destacado membro da Comunidade dos Estados Independentes. O povo russo pode se orgulhar de uma longa tradição de excelência em todos os aspectos das artes e das ciências,[8] bem como uma forte tradição em tecnologia, incluindo importantes realizações como o primeiro voo espacial humano.
A Antiga Rússia
Antes do século I, as terras vastas do Sul da Rússia pertenciam a tribos que não eram unidas entre si, como os Proto-Indo-Europeus e os Citas.[17] Entre os séculos III e VI, as estepes foram esmagadas por ondas sucessivas de invasões de bárbaros e povos nómadas, conduzidas por tribos bélicas como os hunos, entre outros. Por volta do século VIII os cazares governaram o Sul da Rússia. Foram aliados importantes do Império Bizantino e originaram uma série de guerras sangrentas contra os califados árabes. Entre os séculos X e XI, o principado de Kiev (a partir do qual se formaram grande parte dos países eslavos actuais) era o maior da Europa e um dos mais prósperos, devido ao comércio diversificado tanto com a Europa como com a Ásia.[18] Durante o século XI e XII, a incursão constante de tribos turcas nómadas, como os cumanos e os pechenegues, levou à migração maciça das populações eslavas do Sul às regiões pesadamente arborizadas do norte, conhecidas como Zalesye.[18]Nessa era, o termo Rhos ou Rus passaram a ser aplicados aos eslavos que dominavam a região.Os estados medievais da República de Novgorod e Vladimir-Súzdal emergiram como sucessores do antigo e grande principado de Kiev naqueles territórios, enquanto que metade do rio Volga veio a ser dominada pelo estado muçulmano do Volga, a Bulgária. Em muitas outras partes da Euroásia os territórios foram atravessados pelos invasores mongóis, que formaram o estado da "Horda de Ouro", e pilharam os principados russos durante mais de três séculos. Depois, os tártaros governaram os territórios do Sul e do centro da Rússia actual, enquanto os territórios da Ucrânia actual e da Bielorrússia foram incorporados no Grão-Ducado da Lituânia da Polónia, dividindo assim a população russa.
[editar] Moscóvia
No século XVI, Ivan, o Terrível, foi oficialmente coroado o primeiro czar da Rússia, em 1547. Durante o seu reinado, Ivan IV reconquista os territórios aos tártaros e cria uma Rússia multi-cultural e multi-religiosa. No fim do século, Ivan consegue criar as primeiras sementes na Sibéria. Ivan também será lembrado pelas atrocidades cometidas durante sua época.
As barreiras criadas pelos muçulmanos na zona da Turquia e do médio-oriente fizeram que as especiarias oriundas da Índia destinadas para a Europa passassem pela zona norte-este da Europa: Moscóvia. O principiado soube aproveitar esta tendência e criou grandes rotas comerciais entre a Índia, a Moscóvia e, por fim, a Europa.
Porém, as novas vias comerciais marítimas com o Oriente abertas pelos portugueses durante os Descobrimentos, contribuíram para o declínio da riqueza que então viera a ser gerada através dessas rotas comerciais.
[editar] A Rússia Imperial
Com as ideias do Oeste Europeu, Pedro I faz evoluir a Rússia que antes se encontrara numa situação de pobreza extrema e prepara o caminho para o auge do país.
O território do império aumenta e, em 1648, o líder cossaco Semyon Dezhnyov descobre o estreito que separa a América da Ásia: o actual Estreito de Bering.[20] Nasce assim o maior império da história da Rússia.
A czarina Catarina, a Grande continuou o trabalho de Pedro, derrotando a Polónia e anexando a Bielorrússia e a Ucrânia - outrora o principado de Kiev. Catarina assina um acordo com o reino da Geórgia de modo a evitar invasões do império turco - a Geórgia passa a ser protegida militarmente pela Rússia.
Em 1812, a grande armada de Napoleão entra em Moscovo, mas vê-se forçada a abandoná-la pois ao chegar a esta cidade, esta estava vazia. Os russos tinham preparado uma armadilha contra o imperador francês. O frio e a falta de recursos foram responsáveis pela morte de 95% das tropas francesas.[21] Durante o regresso de Napoleão a Paris, os russos perseguiram-no e dominaram Paris trazendo para o império as ideias liberais que estavam em marcha na França e na Europa Ocidental. Ainda devido à perseguição sobre Napoleão, a Rússia conquista a Finlândia e a Polónia. O golpe final sobre Napoleão foi dado em 1813 quando o império e os seus aliados - os austro-húngaros e os prussianos - venceram a armada de Napoleão na batalha de Leipzig.[20]
Sucessivas guerras e conflitos vão acompanhando a Rússia até ao fim da era czarista. Sai derrotada na Guerra da Crimeia que durou entre 1853 e 1856. Mais tarde, vence a Guerra Russo-Turca (1877-1878) e obriga o Império Otomano a reconhecer a independência da Roménia, da antiga Sérvia e a autonomia da Bulgária.[20]
A ascensão de Nicolau I (1825-1855) trava o desenvolvimento da Rússia nos fins do século XIX. A lei da servidão obrigava os camponeses a lavrar as terras sem poder as possuir. O sucessor, Alexandre II (1855-1881), ao ver o atraso da Rússia em relação à Europa, cria reformas que vão fazer com que a Rússia consiga um maior desenvolvimento. Porém, as sucessivas derrotas da Rússia ao longo do século XIX e durante a o início do século XX levaram à instabilidade e ao descrédito em relação ao poder do czar na época. Os custos da guerra começavam a avultados e a população era quem suportava os custos dos soldados nas campanhas ao enviarem tudo o que produziam nos seus terrenos agrícolas.
[editar] Revolução de 1917 e o fim da era czarista
A Revolta de 1905 é considerada como o marco inicial das mudanças sociais que culminaram com a Revolução de 1917. O desempenho desastroso das forças armadas russas na Guerra Russo-japonesa (1904 - 1905) intensificou essas contradições e precipitou os acontecimentos, sendo essa derrota considerada como causa imediata da Revolução de 1905, cujo estopim foi o episódio conhecido como "Domingo Sangrento".
A impopularidade crescente de Nicolau II fez com que este fosse obrigado a convocar a Duma, na época, uma espécie rudimentar de legislativo. Estas medidas surtiram escasso efeito, visto que os partidos eram sistematicamente vigiados e a Duma era controlada pela aristocracia e pelo czar, que podia dissolvê-la a qualquer momento. Até 1905, o sistema político da Rússia czarista não possuía partidos políticos, com todo o poder concentrado nas mãos do imperador. Destaca-se que estas mudanças, embora significativas sob o ponto de vista político, não alteravam o quadro social da maior parte da população russa. Nesta ocasião, emergem com força os Sovietes e o Partido Operário Social-Democrata Russo (fundado em 1898), dividido entre Mencheviques (análogo a minoria em Russo - меньшеви́к) e Bolcheviques (análogo a maioria em Russo - большеви́к)
Este quadro político-social foi profundamente alterado pela deflagração da Primeira Guerra Mundial.
A Revolução de Fevereiro de 1917 caracterizou a primeira fase da Revolução Russa de 1917. A consequência imediata foi a abdicação do Czar Nicolau II. Ela ocorreu como resultado da insatisfação popular com a autocracia czarista e com a participação negativa do país na Primeira Guerra Mundial. Ela levou a transferência de poder do Czar para um regime republicano, surgido da aliança entre liberais e socialistas que pretendiam conduzir reformas políticas.
As mudanças propostas pelos mencheviques (líderes da Revolução de Fevereiro) não modificaram o quadro social, pois o país continuava a sofrer forte perdas em função da participação na Guerra. A insatisfação social, aliada a atuação dos bolcheviques fez eclodir a Revolução de Outubro (Outubro no Calendário Juliano e Novembro no Calendário Gregoriano). O marco desta revolução foi a invasão do Palácio de Inverno (hoje o Museu do Hermitage) pelos revolucionários. A Revolução de Outubro foi liderada por Vladimir Lenin e se tornou a primeira revolução comunista marxista do século XX.
A retirada da Rússia da Primeira Guerra Mundial, o desejo da volta do poder da então elite russa e o medo de que o ideário comunista propaga-se para a Europa e eventualmente para o mundo, fez eclodir a Guerra Civil Russa, que contou com a participação de diversas nações. O então primeiro-ministro francês, George Clemenceau, criou a expressão Cordão Sanitário, com o intuito de isolar a Rússia bolchevique do restante do mundo. O idealismo dos bolchevique propagado para a população mais pobre foi o fator decisivo para a vitória dos partidários de Lenin.
Com a vitória bolchevique na Guerra Civil Russa, foi fundada, em 1922, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
[editar] União Soviética
Vladimir Ilitch Lenin torna-se o primeiro líder comunista da URSS. Introduziu regras que eram contraditórias à sua filosofia. Enquanto que apoiava o "Tudo pertence ao Estado", criou políticas que apoiavam a iniciativa privada de modo a reconstruir o país que fora devastado pelas sucessivas revoluções.
Após a morte de Lenin, em 1924, surge um georgiano chamado Josef Stalin, que passa do comunismo livre ao comunismo autoritário criando um poder ditatorial. Aliás, todos aqueles que apoiavam Lenin como, por exemplo, Leon Trótski e todos os outros bolcheviques que viviam antes da Revolução de 1917 foram mortos. No fim dos anos 1930, Stalin lança o Grande Expurgo liquidando grande parte dos membros do Partido Comunista sem qualquer explicação. Todos aqueles que eram considerados ameaças eram mortos ou enviados para campos de concentração chamados gulag na Sibéria.
Dois anos mais tarde, Stalin obriga o país a passar por uma industrialização rápida. Em 1928, põe em marcha o seu plano dos cinco anos que consistia na modernização da economia soviética através, sobretudo, da introdução da indústria pesada. Rapidamente, a indústria soviética atinge grandes proporções de riqueza em pouco tempo, tornando-se uma grande potência mundial. Paradoxalmente e com a lei das colectivizações em marcha, o povo vivia na pobreza extrema.
Além do mais, as consequências políticas de Stalin provocaram grandes ondas de fome que assolaram as repúblicas, principalmente na Ucrânia onde esta foi designada como o Holodomor.
Na Segunda Guerra Mundial, Stalin vence as tropas alemãs com terríveis baixas: pelo menos nove milhões de soldados perderam a vida. Daí a Segunda Guerra Mundial ser conhecida em russo também como A Grande Guerra Patriótica. No total, a URSS perdeu cerca entre 25 e 27 milhões de pessoas, sendo aproximadamente 10 milhões de soldados e o restante civis, a maior parte mortos durante a invasão e ocupação alemã. Algumas das maiores batalhas terrestres da II Guerra Mundial foram travadas dentro do território soviético, contra os exércitos nazistas, destacando-se o simbolismo adquirido pela cidade de Estalingrado reconhecida pelo heroísmo da luta contra as tropas invasoras, no que ficou conhecido como a grande "Batalha de Stalingrado". Grande parte do prestígio adquirido por Stálin (enquanto ainda vivo) deveu-se à guerra contra a Alemanha nazista na II Guerra Mundial.
A partir de 1945, a URSS mantem tropas ocupando a Polónia (massacrada pelos alemães na Segunda Guerra Mundial) e a parte oriental da Alemanha, criando a República Democrática da Alemanha (RDA).
A URSS passa a ter supremacia em quase toda a Europa de Leste. Nestes países, foram mantidos governos pró-URSS durante toda a Guerra Fria, quando são criadas várias barreiras entre os países pró-URSS e pró-EUA, algumas ideológicas como a Cortina de Ferro e outras físicas, como o Muro de Berlim em torno de Berlim Ocidental, na RDA.
Stalin morre em 1953 e pensa-se que não deixou nenhum nome para lhe suceder no poder. A sua sucessão fora controversa. Os políticos mais próximos decidiram governar juntos a URSS, mas o chefe da polícia secreta (NKVD) Lavrenty Beria decidiu tomar o poder sem consentimento dos outros políticos. O general Nikita Khrushchev juntamente com alguns políticos juntaram-se e detiveram Beria. Este viria a ser executado no mesmo ano. Khrushchev é então considerado o sucessor oficial de Stalin.
Nikita Sergueivich Khrushchev lança a URSS na aventura espacial. Iuri Gagárin foi a personagem principal do programa espacial soviético criado por Khrushchev ao ser o primeiro ser humano lançado para o espaço e por realizar uma órbita completa à volta da Terra em 1961.
É também criada a KGB, a polícia secreta que vigiava a população em todo o domínio da URSS bem como fora dela. Khrushchev vai a ser a primeira pessoa a tentar um relacionamento com os EUA e com a China. Mas em vez de um diálogo entre as duas super-potências, uma guerra psicológica começara: a Guerra Fria. A nível interno, Khrushchev começa a efectuar reformas para as agriculturas mas muito delas nem sequer eram executadas. Foi demitido em 1964 por tentar um relacionamento com os EUA e ser considerado perigoso para a URSS.
Sucede-lhe, após um governo conturbado do ponto de vista comunista, Leonid Brejnev (1906-1982, em russo Леонид Ильич Брежнев), cujo governo foi muito controverso. Alguns historiadores pensam que ele foi responsável por uma estagnação da economia; outros pensam que Brejnev, embora tivesse carácter ditactorial, fora uma lufada de ar fresco para as populações que viviam na miséria.
Em seu governo, aproveitou-se das grandes reservas de petróleo e da crise que atingiu o setor, criou um conforto material para todo o povo soviético, ao mesmo tempo modelando a Rússia em uma potência militar, econômica e esportiva, atingindo o ápice socialista durante a Guerra Fria, enquanto criara uma distensão jamais vista, o que durante a Guerra Fria era um sinal da paz mundial. Exemplos dessa política foram as alianças com a Alemanha Oriental, Iugoslávia e ao mesmo tempo com a China, e distensões com países capitalistas, como a França, Japão e os Estados Unidos, além da criação da estação espacial Mir, o que levou ao acoplamento e união científica das naves Apollo e Soyuz, que até hoje fazem missões unidas. Por outro lado, forçava os países comunistas do leste a se subordinarem a Moscou, pois caso se separassem, o comunismo nunca seria alcançado. Anos depois, Gorbachov iria permitir que cada país seguisse seu caminho, e tal atitude se resumiria ao fim do estado socialista em toda a Europa. Brejnev também expulsou dissidentes, entre eles Alexander Soljenítsin, seu desafeto de longa data, apoiado por Khrushchov, e permitiu a emigração de judeus para Israel. Sua época é lembrada com saudade pelos russos, como período de conforto material e de grandes glórias e vitórias que se assemelhou em parte ao regime Stalinista. Por sua vez, teve de intervir em Praga, Tchecoslováquia, e invadir o Afeganistão, além da Guerra do Vietnã do Norte ao qual ele apoiava. Criou a Doutrina Brejnev e morreu em 1982, quando se iniciaram os breves governos de Yuri Andropov e Konstantin Chernenko, ambos seguidores das políticas de Brejnev: busca da hegemonia soviética e repressão a movimentos anticomunistas.
A morte de Konstantin Chernenko representa o início dos suspiros finais da União Soviética, Mikhail Sergueievitch Gorbatchev começa a abertura da Rússia para o mundo através de dois programas: glasnost ("abertura") e perestroika ("reestruturação"), de modo a modernizar a economia russa com a abertura das fronteiras para os investidores estrangeiros. A glasnost tinha o significado de liberdade de expressão, que fora ignorada durante todo o império soviético; já a perestroika consisitia na reestruturação económica da URSS pois esta gastava muito dinheiro em armamento e defesa.
[editar] Federação Russa
A privatização, em grande parte, deslocou o controle de empresas dos órgãos estatais para indivíduos com ligações dentro do sistema de governo. Muitos dos empresários "novos-ricos" levaram bilhões em dinheiro e ativos para fora do país em uma enorme fuga de capitais.[26] A depressão do Estado e da economia levou ao colapso dos serviços sociais; a taxa de natalidade despencou, enquanto a taxa de mortalidade disparou. Milhões de pessoas mergulharam na pobreza; saindo de um nível de 1,5% de pobreza no final da era soviética, para 39-49% em meados de 1993.[27] A década de 1990 assistiu ao surgimento da corrupção extrema e da ilegalidade, dando origem às quadrilhas criminosas e aos crimes violentos.[28]
Nos anos 1990 foram expostos os conflitos armados na região da Ciscaucásia (Cáucaso do Norte), tanto os conflitos étnicos locais, quanto as insurreições de separatistas islâmicos. Depois que os separatistas chechenos declararam independência no começo dos anos 1990, uma guerra de guerrilha intermitente foi travada entre os grupos rebeldes e as forças militares russas. Ataques terroristas contra civis foram realizados por separatistas, sendo os mais relevantes a crise dos reféns do teatro de Moscou e o cerco à escola de Beslan, que causaram centenas de mortos e chamaram a atenção do mundo inteiro.
A Rússia assumiu a responsabilidade pela liquidação das dívidas externas da URSS, apesar de sua população ser apenas metade da população do Estado Soviético na altura da sua dissolução.[29] Elevados défices orçamentais provocados pela crise financeira da Rússia em 1998[30] resultaram em um declínio ainda maior do PIB.[23]
Em 31 de dezembro de 1999, o Presidente Ieltsin renunciou, entregando o posto para o recém-nomeado primeiro-ministro, Vladimir Putin, que depois ganhou a eleição presidencial de 2000. Putin suprimiu a rebelião chechena, embora a violência esporádica ainda ocorresse em todo o Cáucaso do Norte. A alta dos preços do petróleo e uma moeda inicialmente fraca, seguido do aumento da demanda interna, consumo e investimentos, tem ajudado a economia a crescer por nove anos consecutivos, melhorando a qualidade de vida e aumentando a influência da Rússia na cena mundial.[31] Apesar das muitas reformas feitas durante a presidência de Putin, seu governo foi criticado pelas nações ocidentais como sendo uma liderança não-democrática.[32] Putin retomou a ordem, a estabilidade e o progresso e ganhou grande popularidade na Rússia.[33]
Em 2 de março de 2008, Dmitry Medvedev foi eleito Presidente da Rússia, enquanto Putin se tornou primeiro-ministro.
[editar] Geografia
O país também está próximo dos Estados Unidos da América (estado do Alasca), Suécia e Japão, dos quais se separam por trechos de mar relativamente curtos (o estreito de Bering, o mar Báltico e o estreito de La Pérouse, respectivamente).
Faz parte ainda do território russo, além da porção metropolitana continental, o exclave de Kaliningrado, na zona do mar Báltico, e uma série de ilhas e arquipélagos árcticos, entre os quais os mais importantes são a Terra de Francisco José, as ilhas da Nova Zembla, a ilha de Kolguev, o arquipélago da Terra do Norte, as ilhas da Nova Sibéria e a ilha de Wrangel. Inclui também várias ilhas e arquipélagos no Extremo Oriente, em particular a ilha Sacalina, as ilhas Curilas e as Ilhas Comandante.
O relevo é variado: dominam planícies e vales em 3/4 do território. As planícies do Leste-Europeu e da Oeste-Siberiana, divididas pelos montes Urais, são as maiores do planeta. O ponto mais elevado é o monte Elbrus, com uma altitude de 5633 metros, que é também o ponto mais alto da Europa.[1]
Apesar da grande área que a Rússia possui, apenas 18% do território é coberto de água. Contam-se 120 000 rios, dos quais se destacam o Volga, o Don, o Ienissei, o Lena, o Ob, o Dniepre e o Neva.
Os lagos apresentam-se de formas irregulares e estão, normalmente, no meio de um curso de um rio. O território russo compreende o lago Ladoga, que é o maior da Europa, o lago Baikal, o lago Onega, entre outros.
A Rússia possui a maior bacia hidrográfica da Ásia, denominada de Bacia do Obi com 2 975 000 m².[34]
Cerca de 37 000 km de costa delimitam a Rússia dos oceanos Árctico e Pacífico e também do mar Negro e do Cáspio, sem esquecer a zona dos Bálcãs. Os oceanos representam uma importante fonte de riqueza para o país: o petróleo e o peixe são produtos obtidos naquelas zonas.
[editar] Clima
A Rússia domina quase metade da Europa e um terço da Ásia. Este factor faz com a Rússia possua vários climas diferentes. A temperatura média anual é de 5,5 graus centígrados.A região mais a norte do país, chamada Sibéria, é a mais fria de todo o país. Registam-se temperaturas no inverno da ordem dos 40 aos 50 graus celsius negativos, às vezes chegando aos 60 graus negativos ou até menos. A Sul, o clima é mais quente, havendo campos e estepes onde as temperaturas chegam aos 8 graus negativos.
O Verão na Rússia também é variável de região a região registando-se temperaturas médias de 25 °C. Em certos casos extremos, já houve dias em que se registassem temperaturas superiores a 45 °C.
O frio proveniente da Sibéria alastra-se não só por toda a Rússia como por quase toda a totalidade da Europa e grande parte da Ásia.
A Rússia é atravessada por quatro climas, ártico, subártico, temperado e subtropical. A ordem das estações pode ser classificada assim: Inverno longo e nevoso - Primavera temperada - Verão curto e quente - Outono chuvoso e varia muito ao longo do território russo[1]
Na zona central da Rússia encontram-se as florestas mais claras, mistas, dominadas por bétulas, álamos, carvalhos. As florestas das zonas centrais estão divididas por estepes. A maior parte de estepes é lavrada e semeada por trigo, centeio, milho, girassol, etc.
[editar] Demografia
Composição étnica (2002)[35] | |
---|---|
Russos | 79,8% |
Tártaros | 3,8% |
Ucranianos | 2,0% |
Bashkires | 1,2% |
Chuvashes | 1,1% |
Chechenos | 0,9% |
Armênios | 0,8% |
Outros | 10,4% |
A população russa chegou a 148.689.000 em 1991, pouco antes da dissolução da União Soviética. Ela começou a experimentar um rápido declínio a partir de meados dos anos 1990.[38] O declínio desacelerou para a quase estagnação nos últimos anos devido à redução das taxas de mortalidade, o aumento das taxas de natalidade e o aumento da imigração.[39]
Em 2009 a Rússia registrou um crescimento da população pela primeira vez em 15 anos, com crescimento total de 10,5 mil.[39] 279.906 migrantes chegaram à Federação da Rússia no mesmo ano, dos quais 93% vieram de países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI).[39] O número de emigrantes russos declinou de 359.000 em 2000 para 32.000 em 2009.[39] Há também uma estimativa de 10 milhões de imigrantes ilegais das ex-repúblicas soviéticas vivendo na Rússia.[40] Cerca de 116 milhões de russos étnicos vivem na Rússia[36] e cerca de 20 milhões moram em outras repúblicas da antiga União Soviética,[41] principalmente na Ucrânia e no Cazaquistão.[42]
A Constituição da Rússia garante cuidados de saúde livres e universais para todos os cidadãos.[43] Na prática, porém, os cuidados de saúde gratuitos são parcialmente restritos, devido ao regime propiska.[44] Embora a Rússia tenha mais médicos, hospitais e profissionais de saúde per capita que quase qualquer outro país do mundo,[45] desde o colapso da União Soviética, a saúde da população russa diminuiu consideravelmente, como resultado das mudanças sociais, econômicas e de estilo de vida;[46] a tendência foi revertida apenas nos últimos anos, com o aumento da expectativa de vida média de 2,4 anos para os homens e 1,4 anos para as mulheres entre 2006-09.[39]
Em 2009, a expectativa média de vida na Rússia foi 62,77 anos para os homens e 74,67 anos para as mulheres.[47] O maior fator que contribui para a expectativa de vida relativamente baixa do sexo masculino é uma alta taxa de mortalidade entre os homens em idade de trabalho por causas evitáveis (por exemplo, intoxicação por álcool, tabagismo, acidentes de trânsito e crimes violentos).[39] Como resultado da grande diferença de gênero na expectativa de vida e por causa do efeito duradouro do grande número de vítimas na Segunda Guerra Mundial, o desequilíbrio entre os sexos permanece até hoje e há 0,859 homens para cada mulher.[31]
A taxa de natalidade da Rússia é maior do que a da maioria dos países europeus (12,4 nascimentos por 1000 pessoas em 2008[39] em comparação com a média da União Europeia, de 9,90 por 1000),[48] enquanto a taxa de mortalidade é substancialmente mais elevada (em 2009, a taxa de mortalidade da Rússia foi de 14,2 por 1000 pessoas[39] em comparação com a média de 10,28 por 1000 na UE).[49] No entanto, o Ministério da Saúde e Assuntos Sociais da Rússia prevê que, em 2011, o índice de mortes será igual à taxa de natalidade devido ao aumento da fertilidade e da queda na mortalidade.[50] O governo está a implementar uma série de programas destinados a aumentar a taxa de natalidade e para atrair mais imigrantes. Pagamentos de auxílio mensal para crianças foram duplicados para US$ 55 e um pagamento único de US$ 9.200 foi oferecido às mulheres que tiveram uma segunda criança em 2007.[51] Em 2009, a Rússia registrou a taxa de natalidade mais elevada desde o colapso da URSS.[52][39]
Caraio, control c control v da wikipédia!
ResponderExcluir